29 de outubro de 2008

Estou a passar ao lado de alguma coisa?

É o que pergunto quando começo a ver os meus amigos todos a casar. Mas que se passa? Alguma epidemia casamentista? Não vêem que casar fica estupidamente caro? Digo "casar" no sentido clássico - cerimónia na igreja, 200 convidados, vestido de noiva feito à medida, copo de água numa quinta, total do orçamento=uma pequena fortuna=um alcapão na conta bancária.

Fico imensamente feliz por vê-los dar o nó. Só me dá um aperto pensar no dinheiraão que qualquer casal (e não apenas os meus queridos amigos), hoje em dia, tem que gastar se não quiser abdicar do sonho ou do gosto de ter uma festa como merecem e querem proporcionar aos convidados. Dá-me pena porque a vida está tão difícil que penso, "só mesmo um sonho pode justificar tamanho sacrifício financeiro", pois ao fim e ao cabo, o "casamento" (no sentido clássico), não passa de um pro forma, e tudo se resume à importância de uma assinatura de um papel (mas nós sabemos que o que custa dinheiro não é isso mas tudo o resto).

É escusado dizer que não era eu que me metia nisso, pois olho para o dinheiro com um sentido muito pragmático e dentro desta minha visão, organizar uma cerimónia de casamento parece-me, no contexto actual, um suicídio orçamental. Importante mesmo é casar na prática, todos os dias, com quem amamos, respeitar e partilhar a vida com essa pessoa. Isso constrói o casamento.

É óbvio que toda a gente deveria ter direito a ter esse dia de sonho. Eu até acho que a maioria das pessoas que decide fazer uma cerimónia hollywoodesca como um casamento é mesmo para sentir que viveu pelo menos um dia na vida plenamente feliz, para que no leito da morte, quando for velhinho, possa fazer uma retrospectiva e recordar que afinal teve m dia de vida realmente feliz: o dia em que casou. Só pode ser por isto! Toda a gente deveria ter direito a este delírio DE GRAÇA. Os Estados deveriam assumir essa responsabilidade e proporcionar um dia de felicidade a todos os cidadãos.

Não sei se perceberam bem o meu ponto de vista que não é anti-casamenteiro. Apenas sou contra a exploração absurda que há no negócio dos casamentos. Qualquer conice que se faça custa uma fortuna. Mas, claro, ninguém decide fazer uma cerimónia por obrigação. Por isso cada casal sabe de si. Se calhar sou eu que tenho uma visão demasiado materialista do próprio dinheiro. Afinal ele sempre compra alguma felicidade.

11 comentários:

Jorge Rita disse...

Qualquer sonho exige um sacrificiozinho não??
Gosto da definição de casamento todos os dias.
Vais dar uma boa esposa!ehehehhehheheh

Anónimo disse...

Hummm... duvido Jorge! Sou muito egocêntrica para dar uma boa esposa :P E até decidir ser esposa muitaaaaaa água tinha que correr debaixo da ponte...

Jorge Rita disse...

Gosto das tuas respostas na hora!

Anónimo disse...

isso significa q eu já devia de estar na caminha! :D

Isandes disse...

quase toda a gente diz k dia de casamento foi alto stress: se os convidados chegam a horas à igreja, se flores tão no sítio. se cabelo tá bem, patati, patatá...

Anónimo disse...

isandes, mas tb costumam dizer que foi o dia mais feliz das suas vidas LOL

Por acaso, nos casamentos mais recentes a que fui os noivos n mexiam uma palha, n tinham que se preocupar com porra nenhuma. Agora os serviços de catering tratam de tudo, desde convites, às flores na igreja, lembranças pra convidados, para além da decoração, serviço e comida... e arranjam um supervisor para no dia da boda tratar de tudo, pago a peso de ouro (mais uns milhares de euros de despesa).

Jorge Rita disse...

Há uns anos atrás pensei lançar-me nesse mercado...faltou-me a iniciativa no timming certo...

Anónimo disse...

Ora explica lá melhor Jorge? Passaste ao lado de uma outra vida?

Jorge Rita disse...

não..cheguei a pensar em ser mestre de cerimonias, numa empresa que precisamente fizesse isso, preparar uma cerimónia de casamento, de divorcio ou de qualquer outra coisa apenas como intermediário contratando os serviços. Mas apareceu-me a entrada na Universidade e deixei de pensar na coisa.

Bruno Marques disse...

Fiz a mesma pergunta que tu fazes no título quando algunas casais amigos começaram a anunciar a chegada da cegonha. Acho que são circunstâncias da idade!

PontoGi disse...

Tb gosto da ideia de casamento todos os dias. E, ai,concordo plenamente contigo. As pequenas coisas, as mais banais, as diarias as vezes sao dificeis de carregar. Mais, nao nos podemos esquecer que passamos a maior parte do nosso tempo a conversar e, tb ai, concordo com a tua visao das coisas; eh preciso haver uma certa concertacao entre as partes!
beijos