15 de janeiro de 2008

2008: perspectivas de mudança

Não sei se é comum a todos os seres humanos, ou se apenas às mulheres por uma questão hormonal, ou se acontece apenas comigo por eu ser assim mesmo, mas a verdade é que não me sinto energicamente sempre igual.

Eu explico: sinto que há fases em que estou mais optimista e predisposta ao trabalho, a aceitar novas iniciativas e desafios, em que saio mais de casa e estou sempre ligada à tomada, rendendo muito mais em todos os aspectos, vendo-me até mais bonita que aquilo que sou na realidade...; e outras fases sinto-me completamente inoperante, preguiçosa, pessimista, chata, verdadeiramente rabujenta, fechada, triste comigo e com os outros, em que me acho uma cachalote feiosa que nunca vai sair do buraco.

O inusitado não é isto, obviamente, mas sim o facto de não conseguir controlar a chegada destes tsunamis emocionais - que é disso que se trata, quer para o bem, quer para o mal - um processo cíclico que até pode ter a ver com as hormonas. Por mim ficava sempre ligada à tomada, resolvia 90% dos meus problemas psicológicos (LOL).

Este discurso todo de "psicóloga barata" para dizer que neste momento encontro-me no meio termo: por um lado pro-activa profissionalmente, por outro pessimista e triste (mas isto deve ser obra deste tempo chuvoso horrível que dá vontade de cortar os pulsos).

O mais correcto seria dizer que me encontro numa fase de realismo, de decisão, ou não tivesse eu determinado como uma das resoluções para 2008 dar outro rumo à minha vida (detesto a monotonia), entre outras deveras importantes e que serão sempre influenciadas pelo concretizar ou não desta. Mas a mais importante é esta: mudar a minha vida (ou seja, de trabalho).

Talvez esteja a levar demasiado a sério essa intenção. Digo isto porque denotei uma mudança na minha atitude desde o início do mês - estou em permanente estado de alerta. Mas não é um estado consciente.

A mudança que almejo é mais profunda que a simples mudança de local de trabalho. Pretendo uma significativa evolução, por isso, a dar-se, a minha saída do actual projecto terá que ser para algo realmente aliciante e revolucionário. Talvez venha a ser um risco...

Já toquei no assunto com alguns amigos próximos e fiquei desapontada com as reacções - todos me alertaram que a realidade actual não está para riscos, que mais valia me contentar com o que tenho pois outros nem isso têm...

Sinceramente... Por um lado compreendo o que me dizem (é óbvio que tenho consciência das dificuldades actuais), mas por outro penso: "serão realmente meus amigos aqueles que me dizem isso? Ou apenas cobardes que se acomodam ao pouco que têm?"

Eu pretendo uma progressão na carreira e não me satisfaço com a resposta "o mercado está dificil". Prefiro a máxima "quem não arrisca não petisca", ou acham que é vida permancer há mais de dois anos e meio a recibos verdes??... Tenho capacidades para muito mais e quero enriquecer a minha experiência não só profissional como pessoal. Por isso não descarto a hipótese de mudar de cidade ou mesmo de região!

Eu pretendo dar a volta: ou arranjar um part-time talvez em fotografia, ou criar um projecto totalmente novo, de raíz, ou então emigrar! E devo confessar que neste momento estão as três em igualdade de circunstâncias. Bem, talvez uma ligeiríssima vantagem da primeira e da segunda, ex-eco, com perspectivas em estudo, em ambas. Mas a primeira hipótese é a que me surge com maior nitidez e substrato no horizonte. A segunda, sonho antigo, talvez a deixe a maturar um pouco mais na gaveta, pois é um projecto de vida, talvez o meu "grito de Ipiranga" para uma independência financeira e profissional (ou o salto para o abismo se a coisa correr mal).
Já a hipótese de emigrar coloca-se em caso de desespero mesmo (ou se aparecer algo de concreto e muito estimulante, pois começo a sentir uma grande vontade de sair do país).

Está tudo muito no ar ainda... mas as antenas estão ligadas e os primeiros passos e iniciativas começam a ser dados...
Mas por favor, não me venham é dizer para me acomodar...

4 comentários:

Bruno Marques disse...

Acho que a mudança tem sempre largos aspectos positivos. E as mudanças fazem bem na nossa vida de vez em quando. E ainda por cima se sentes essa vontade de mudar, deves ir em frente e procurar melhorar aquilo que achas que não está tão bem.
E já agora espero que 2008 seja o concretizar de todos os teus objectivos. Fico a torcer por isso!

Anónimo disse...

Bem, parece que é desta que venho aqui dizer alguma coisa. No meio da correria do dia-a-dia, das nossas vidas muito atarefadas de coisas nenhumas e do imenso trabalho que temos sempre para fazer, sim, porque agora está na moda ser uma pessoa muito ocupada e não ter tempo para nada. Mas hoje, depois de ver o teu blogue (que vejo com regularidade) e ler o teu post, foi instantânea a vontade de escrever qualquer coisa. Uma parvoíce, uma coisa muito séria, uma palavra, um discurso muito longo, uma piroseira, uma piroseira muito grande…. Enfim, escrever o quê? Posso optar pelas palavras fáceis, as mensagens estereotipadas, os comentários do costume. Mas também posso fazer outra escolha e dizer-te o que, no meu mais profundo egoísmo, gostaria que me dissessem a mim. Faz o que sentes, arrisca porque assim o sentes.
Porque serão os lugares comuns as mais sábias palavras? Não sei. Será que é por nos indicarem um sentido que faz todo o sentido, mas que a maior parte das vezes nos passa despercebido? Não sei. Sei que o resto que fica por dizer é para te dizer a ti. Aqui, ficam as palavras. De incentivo, de força, de coragem, de revolta e de alegria, mas nunca o pedido para te acomodares.

E siga em frente que atrás vem gente :).

Beijinhos

Sara Pinto

Anónimo disse...

Bru, obrigada, desejo-te o mesmo embora nem precises disso já que a tua linda vidinha está muito bem encaminhada!

Anónimo disse...

Sara: FINALMENTE deste-me o ar da tua esbelta graça!

Aliás, tardáste no comentário mas soubeste marcar! De ti não esperava outra coisa, nem outras palavras... Embora me surpreendas semrpe. Obrigada..

Eu sei que vens aqui com regularidade e que nem precisarias de escrever nada, pois felizmente vamos falando com regularidade, mas repete a façanha, vá lá (ponha no amarelo... LOL)! Espero que lhe tenhas ganho o gosto!

Uma gaja vê-se algures ;-)