Viram o trocadilho que eu fiz no título deste post? Que os Santos estejam... Fernando Santos... Camacho...Bem, serve este post para manifestar o meu contentamento pela contratação (não) inesperada do Camacho para o lugar de Fernando Santos. Eu era mesmo da opinião que o "calcanhar de Aquiles" da nova equipa pra esta época era precisamente... o treinador. E nem tinha nada contra ele, pelo contrário, o máximo respeito e consideração pela seriedade e benfiquismo que sempre demonstrou. Mas a verdade é que não são estas as qualidades que fazem um treinador ser "à Benfica" como se costuma dizer. E o Camacho têm-nas, e muito mais, pois ficou-nos no coração. Nos dos outros benfiquistas não sei por que motivos, mas no meu sei: não me esqueço da transformação que a atitude dele sofreu durante a época em que esteve no clube - chegou com uma atitude arrogante e a dizer que queria pôr o Benfica à imagem do Real Madrid, pois o Real é que era grande, bla, bla... Aos poucos foi aprendendo o que é o Benfica, vendo a sua própria grandeza, cultura, peso no país, carisma e foi progressivamente mudando o seu discurso, usando o pronome pessoal no plural "nós" para se referir não só à equipa, mas ao clube, ao mesmo tempo que se interessou em começar a falar aos jornalistas em português. Foi completamente engolido pela mística do clube e com a sua forte personalidade conseguiu contagiar todo o plantel e unir a equipa. Um Homem à Benfica. Afinal foi ele que se moldou à imagem do clube e não o contrário e no final da época não teve vergonha de o reconhecer. Já saiu benfiquista.
Depois, há um outro episódio extremamente marcante ao qual ele também estará para sempre ligado, tal como toda a equipa - a morte do Feher. Tal como me lembro de ver o Miki morrer em campo como se tivesse sido ontem, também recordo as lágrimas de Camacho sobre o relvado enquanto o seu jogador era ingloriamente assistido por uma equipa médica. Tenho a certeza que também é algo que ele jamais esquecerá em toda a sua carreira.
Apesar desta euforia controlada, não deixei de torcer o nariz à forma como o processo de dispensa de Fernando Santos e contratação de Camacho decorreu. Há muito que a imprensa falava dos contactos entre LF Vieira e Camacho, inclusive noticiou-se que teriam passado juntos umas mini-férias, enquanto Santos preparava a época, sabendo destas manobras pelos jornais... Achei isto sujo, tal como outras atitudes paralelas, típico, aliás, do futebol português. E depois, à primeira jornada, demitem-no com uma cara de pau... Até os sócios compreenderam isso, embora não nutrissem por Santos (não direi simpatia) mas idolatria, pois este nunca despertou neles o "fogo" que o Camacho sempre provocou com a sua personalidade forte e liderante.
Mas confesso que, com a chegada o espanhol, passei a encarar a nova época com um sorriso renovado de confiança nos lábios.








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