8 de outubro de 2009

Caution! Este é um post que arrota futilidade

Hoje o meu espírito consumista levou uma banhoca de água fria. Bem-feita...
Se há comprinhas que curto fazer são as primeiras peças de roupa de uma nova estação e os cosméticos que é preciso renovar todos os meses. Quando disso se trata gosto de me demorar nos corredores de um hiper do tio Belmiro, entre cremes, champôs e afins, para ler rótulos, sentir aromas, espreitar novidades... fujo das lojas da especialidade para não me perder...

E hoje despendi uma hora ao todo, só para trazer uma coloração temporária de cabelo para retocar o meu voluptuoso tom; um spray para o proteger do secador; uma laca com brilho de diamante para segurar os meus estilosos penteados e depois ainda encontrei, na secção de vestuário, duas preciosidades para colocar no corpinho e fazer bonito nesta estação: um trench coat ( ai não sabem o que é? uma gabardine curta, um básico intemporal) com muita classe e dois pares de leggins para os meus vestidos/saias (que este Inveno vou andar muito de perna ao léu).

E ao fim de uma hora nisto, lá me dirigi a uma caixa com estes seis produtos na mão, toda satisfeita com as escolhas, e descansadinha da vida.
Uma a uma vi-as a passar da passadeira preta, para a mão da enjoada da funcionária e desta para a respectiva saca plástica. Saquei do cartão cliente, pedi que me descontasse os 4 euros acumulados, ainda vou à carteira inspeccionar se dos vales de desconto que me chegaram a casa, algum daria para usar no momento, e no final, quando me preparo para liquidar os quase 52 euros que me custaram estas nicas reparo num cenário dantesco: a rachinha do compartimento do cartão multibanco da minha carteira estava vazia! VAZIA! NO FUCKING CARD!

Para mim, que gosto muito de dinheiro, do MEU dinheiro que tanto me custou a ganhar, que tanta estabilidade me dá fazendo-me sentir dona do meu nariz, e que agora vejo sair a uma velocidade e quantidade maiores do que as que entram na conta, dizia eu que, para mim, uma situação destas é pior que sair à rua sem roupa... o equivalente ao anti-climax! dasssss.... fiquei com cara de parva e a parvalhona da funcionária (é que era mesmo parvalhona pq já apanhei funcionários realmente simpáticos e prestáveis), porca e friamente a pressionar-me: "Então? Vai pagar ou é para anular?".
"Olhe sua badalhoca é para anular mesmo. Fiz tudo isto de propósito só para lhe dar este trabalho todo a passar seis merdosos artigos no infravermelhos"...

Não lhe disse isto. Sentia-me tonta, como uma criança que vai brincar para a casa de uma amiguinha, no seu palácio de princesa, rodeada de bonecas, pinturas, roupinhas; diverte-se, sente-se feliz e no final tem é que voltar para a sua casinha deixando tudo para trás.

"Pá, sou-lhe sincera, nunca me aconteceu isto: deixei o cartão noutra carteira quando fui pagar o ginásio de manhã. Por isso, como não tenho esse valor à mão, peço desculpa pela maçada, mas vou deixar tudo" - foi isto que disse e vim-me embora, de rabinho entre as pernas.

Por ironia, e como ainda tinha uns trocos no porta-moedas, deu para.... jogar no Euromilhões ("só não tem hipótese de ganhar quem não joga", costumo dizer) e ainda trazer 2 t-shirtzitas da nova Zara do Bragaparque... (e há males que vêm por bem porque se eu realmente não tivesse esquecido o cartão em casa hoje a minha conta tinha levado um rombo só naquelas lojas novas grrrr... maldito consumismo...).


Truque anti-consumista: pensar em Adão e Eva, nuzinhos, no paraíso...


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