10 de abril de 2009

Sou uma domadora de gatas bravas acabadas de dar à luz!

Foi a minha conquista do dia!

Cheguei a casa pelas 21H, estoirada, esfomeada e ensonada. O último dia de mais um parto do mês (ainda falta capa que ficou para o feriado :-S), mas as minhas primeiras atenções foram para os meus "afilhados": quatro "ratinhos" paridos há uma semana clandestinamente por uma gata brava criada nuns vizinhos, que escolheu um sofá velho da nossa garagem para os trazer ao seu felino mundo.

Digo que são quatro "ratos" pois é o que ainda parecem! Até hoje só os tinha conseguido ver de longe. Porquê? Porque quando disse que a gata é brava não era uma hipérbole. Ela é mesmo uma fera! Até hoje não tinha conseguido sequer tocar-lhe. Ela bufa e exibe a sua expressão mais antipática quando um humano se aproxima dela.

Mas eu ía lá aceitar que uma bichana que me fez o favor de dar quatro afilhados, num momento em que eu suplicava por um "brinquedo" destes em casa, me impedisse de mergulhar os meus dedos no seu felpudo pelo e de esfregar o rosto nos seus polegarzinhos? Nem pensar!

Encetei de imediato uma campanha de aproximação usando como isco leitinho e restos de comida. E então isto começou com pias colocadas a dois metros de distância dela (porque era impossivel nos aproximarmos mais) e culminou hoje comigo a dar-lhe comida à boca, a dar-lhe a cheirar os meus dedos, eu a esfregá-los nos seu bigodes, depois a escorregar na lateral pela sua face, a demorar-me aqui uma zona particularmente agradável para ela, a subir-lhe para as orelhas tensamente recolhidas, afagando-as também demoradamente até senti-las descomprimidas e moles e depois passando para o topo da cabeça, onde ela demonstra alguma relutância, mas cedendo depois de alguma insistência com muita meiguice. Os gatos são mesmo como certas pessoas...

A partir daqui foi como se uma porta mágica do seu felídeo universo tivesse sido aberta para mim. Aproveitei o seu estado de semi-transe e gamei-lhe um filhote, o mais forte dos quatro, uma bichano totalmente branco, deslumbrante!

Fui exibir o trofeu à minha mãe que se pela de medo da gata e de quem não se aproxima mais dos que os tais dois metros ["olha que já houve gatos que mataram os donos", tem-me repetido ela nos últimos dias. "Oh mãe, há gatos que parecem ferozes mas do que eles precisam é de compreensão e muito mimo. Há pessoas que são iguais ('como eu', disse pra mim...). Há é que saber levá-los"] e depois fui devolvê-lo à mãe que não ripostou violentamente como eu cheguei a equacionar. E já que assim foi, abusei mais um pouco da confiança, mas sem precipitações. Continuei a mimá-la muito e entre um e outro afago lá fui experimentado cada um dos quatro pirralhos na minha mão. Os pretos são chorões, os brancos são calminhos.

E assim ganhei o dia!
Depois de mais uma jornada em que as responsabilidades e as tarefas múltiplas nos caem nas costas como sacos de cimento, testando permanentemente os limites das nossas capacidades e da paciência; depois de multiplicarmos esta realidade pelos dias da última semana e somando poucas horas de sono bem dormidas sobre uma almofada, podemos concluir que nada melhor que um episódio mundano e completamente pueril como este para nos fazer sentir leves novamente. Com carradas de sono, mas muito leves...

:-P

2 comentários:

Jorge Rita disse...

Mimalha...(a gata)

Bruno Marques disse...

Muito bem...domadora de gatas ferozes...:D