13 de dezembro de 2008

Estou muito perturbada...

... fui ver O Ensaio Sobre a Cegueira e passei o filme em sofrimento... em tortura constante... Logo eu que sou pessoa para dar uma gargalhada na cena em que os nazis atiram o paraplégico na cadeira de rodas da varanda abaixo, no filme O Pianista, ou que se desfaz à gargalhada quando a rapariga possuída de O Exorcista desce as escadas virada ao contrário, ... enfim, não sou facilmente susceptível e ainda por cima torno-me no terror dos choramingas nas salas de cinema, porque corto sempre o ambiente "down" com uma inesperada e jocosa risada. Mas a Cegueira do Meireles/Saramago fez-me sentir verdadeiramente vulnerável... mostrou-me, como poucos, a ténue linha que nos separa do nosso primitivismo. O filme é tão tenebroso quão genial.

2 comentários:

Isandes disse...

É demais, né? Aquilo mexe com possibilidades, por isso é tão forte...

Anónimo disse...

Olha Isa, eu acho q a semana em que o vi não me ajudou mt, mas ele perturbar-me-ia em qq altura.

A esta distância, já consigo tirar conclusões sobre o que vi:
Gostei da redenção, na parte final, em particular a cena das mulheres no chuveiro.

Aliás, todo o filme me parece uma ode à força da mulher. parece que saramago quis dizer que, se o apocalipse chegasse, seriam as mulheres a manter a dignidade, a orientar, a salvar a humanidade.

os homens, esses, revelaram o quão cobardes, fracos, animais primitivos, ambiciosos, dominadores, egocentricos, falaciosos são (isto naquele contexto).

as mulheres ali mantiveram-se solidárias, fortes, controladas, maternais...