31 de março de 2008

Notas soltas de uma paineleira de bancada

Vou-me armar em uma mistura de Rui Santos com Marcelo Rebelo de Sousa e fazer aquilo que não faço há algum tempo - tecer comentários sobre o actual panorama futebolístico.
Isto é de aproveitar, pois raramente estou para aí virada!... :-P

1. O FCP é um indiscutível campeão. Não tenho qualquer dificuldade em reconhecer isso, nem de manifestar a minha admiração pelo Jesualdo Ferreira ou de dar os parabéns à equipa. Este ano o domínio foi total. Na próxima jornada o mais provável é que comemore já o título.
É muito mau para a competitividade do campeonato isto acontecer tão cedo, mas a culpa não é dos dragões...

2. Por outro lado, os jornais desportivos vão gostar que o FCP se sagre campeão já na próxima jornada para depois poderem concentrar todas as atenções ( e capas) na disputa do segundo lugar pelos clubes da 2ª Circular... Duvidam que isso vá acontecer?

3. Felizmente esta luta não é travada apenas a dois. É com grande agrado que vejo os Vitórias (de Guimarães e de Setúbal) a esgrimir argumentos taco-a-taco com os gigantes de Lisboa. Que consigam aguentar o ritmo até ao fim, para que pelo menos a disputa do segundo posto tenha emoção q.b. e mantenha o povo entretido.

4. Independentemente da hierarquia com que venha a acabar o campeonato, eu espero é que no próximo ano a toada se mantenha, mas desta vez na disputa pela primeira posição. Para que tal aconteça não vamos ser mauzinhos e pedir o óbvio - que o FCP surja mais fraco - mas sim desejar que as outras equipas estejam melhor, e que ao FC Porto, Benfica e Sporting, os Vitórias mantenham-se aguerridos e que a estes se juntem outras equipas com o mesmo nervo, como o Sp. Braga ou mesmo o Belenenses, uma das equipas da Madeira e até um ressuscitado Boavista!... Why not? New Blood, Please!!

5. Depois dos Parabéns dados ao Rui Costa e das ideias que expressei neste post sobre o que ele representa para mim como ídolo de sempre e do que desejo para o seu futuro, só me resta reforçar algumas ideias:
a) embora me custe saber que é a última época que o vejo jogar, penso que ele sairá em Grande, como merece - sendo o jogador mais decisivo da equipa, realizando uma estrondosa época e esbanjando classe para gáudio de todos os que gostam de futebol e não só dos benfiquistas - é um luxo nos dias que correm...
b) gostava que o desejo dele se concretizasse e que o último jogo da sua carreira fosse disputado no Jamor... ;-)
c) a ideia de fazer de Rui Costa Director Desportivo do Benfica foi muito acertada, aliás como me pareceu no FC Porto em relação ao Vitor Baia, que o converteu num relações-públicas nos contactos internacionais do clube. É algo que já acontece noutros países e é muito bom sinal que se dê esta oportunidade às estrelas da chamada "geração de ouro", pois penso que a sua singularidade não se esgota apenas nos campos. Tal como eles ajudaram, enquanto jogadores, a que se olhasse para o futebol português e para a selecção como um dos melhores do mundo, julgo que depois de pousarem as chuteiras podem continuar essa tarefa. São eles que vão transformar a face do dirigismo em Portugal, dar-lhe a classe e a fleuma que não possui e restabelecer a credibilidade perdida; uma nova forma de estar no futebol. E ao Rui Costa, Baia, Jorge Costa, Domingos, Paulo Sousa e outros podem juntar-se em breve o Figo, o Fernando Couto ou o João V. Pinto, não forçosamente todos como dirigentes.

6. Por falar em Rui Costa, ao ver o jogo de Portugal com a Grécia deu-me ainda mais saudades dele, e já agora também do Figo... Preocupa-me muito a prestação que vamos fazer no próximo Europeu. Ao contrário do que maioria diz, não penso que sejamos favoritos. Passa pela cabeça de alguém que sejamos campeões europeus? Hello, esse comboio já passou há quatro anos - quem perde uma final em casa frente a uma equipa medíocre como a Grécia (que agora ainda está mais consistente que em 2004!), não merece segunda oportunidade, nem penso que tenhamos estofo psicológico para encetar o mesmo percurso...

7. Mas a razão essencial pela qual não seremos campeões é porque não temos equipa para isso, e quando falo em "equipa" refiro-me ao colectivo. Sem colectivo, no futebol, nada se conquista, não é possível chegar a uma final, por melhores que sejam (algumas das) individualidades. Os últimos dois particulares contra a Itália e a Grécia provaram isso mesmo. E os respectivos títulos, mundial e europeu, são justificados por esse mesmo aspecto. É assim tão difícil perceber isso? Penso que depois de termos jogado contra ambas ficou claríssimo...

8. Há ainda que rezar para que a única esperança de chegarmos a algum lado não saia frustrada que é a de podermos contar com as nossas estrelas em perfeitas condições: que o Deco ressuscite; que Quaresma esteja coma equipa e não abstraído; que Ronaldo e Nani não se apresentem rotos; que nenhum dos centrais se magoe à ultima hora... enfim... que possamos apresentar os melhores 23 jogadores portugueses, em perfeitas condições físicas e focados, concentrados, a pensar na mesma direcção, com o mesmo objectivo. Talvez se consiga fazer magia com os habituais pózinhos mágicos do Scolari (à falta da melhor estratégia táctica..) e com o empurrãozinho do numeroso e eufórico público emigrante português. Afinal, por mais cépticos que estejamos, resta sempre um fio de esperança... e confiança. ;-)

Para terminar a dissertação que já vai mais longa do que eu desejava (espalho-me sempre com as palavras), deixo aqui o momento da semana:
a verdadeira mija em forma de golo, do puto maravilha... que também tem um talento castiço para anúncios. Se o terceiro melhor jogador do mundo é capaz de fazer coisas destas com uma bola, nem quero conhecer os dois melhores!...

De calcanhar...


O Génio da bola...

2 comentários:

PontoGi disse...

Já tinha saudades dessas postas de pescada.
bjo

Anónimo disse...

:D
Biju