29 de fevereiro de 2008

Greatest Hits

Eu tenho muito o hábito de fazer listas, de tarefas a fazer, de coisas que gosto, de nomes xpto, enfim de qualquer coisa. Em comum só têm uma coisa - a importância na minha organização, isto porque reúno dois aspectos de carácter muito dificies de fazer coabitar: por um lado sou muito metódica e perfeccionista; por outro, muito distraída, divago com facilidade, perco noção da realidade, inclusive espaço-temporal, tenho a tendência, por exemplo, de perder o fio à meada a uma conversa porque distraio-me com os meus pensamentos.

Por isso as listas são-me muito úteis e não apenas para planificar as minhas actividades. Por exemplo, se me perguntam a minha cor favorita, cantor favorito, filme preferido, enfim, qualquer coisa de favorito fico à rasca; há poucos desses itens aos quais consigo dar resposta, porque simplesmente não consigo eleger apenas um; vivo ao sabor das sensações de cada momento, que no meu caso mudam com uma frequência avassaladora. Sou incapaz, por exemplo, de me manter fiel a um perfume; não é à toa que mudei duas vezes de visual no último mês.

Por isso, não tenho apenas "um favorito", tenho vários e faço listas, porque nunca me lembro de todos, ás vezes nem de um... É-me dificil eleger, enumerar, referir, citar... Isso não me transforma numa pessoa instável ou inconstante, mas sim numa pessoa versátil, "colorida", aberta ao mundo, desassombrada, apesar da minha timidez (raios, contra isso não consigo fazer nada) e de, a algumas pessoas, dar a ideia de ser chata, carrancuda, bruta, arrogante, fechada. Meus amigos, é tudo fachada, mas não nego que em momentos o humor prega-me partidas...

Enfim, confesso, deslumbro-me com facilidade, mas isso não me torna incoerente, nem indecisa, bem pelo contrário, isso torna-me ecléctica e, acima de tudo, bastante tolerante principalmente em relação às diferenças, às chamadas minorias, de tudo - faço parte de várias. O meu pensamento molda-se ao sabor das várias correntes e as minhas opiniões forjam-se vigorosas, pouco susceptíveis a críticas; convictas, sem incongruências. Orgulho-me disso. Essa é a minha maior riqueza. Não sou, por isso fundamentalista, mas tão pouco abstenho-me de opinar. Simplesmente se não me interessa remeto-me à minha insignificância - mais vale estar calada que abrir a boca para dizer coisa alguma.

Qualquer altura, se estiver para aí virada, hei-de postar listas de cenas favoritas, de quaisquer trivialidades. Serão concerteza as favoritas do que me vier à cabeça na altura... duvido que me lembre realmente de tudo. Mas também seria mais complicado eleger apenas The One.

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