29 de outubro de 2007

A reprimenda

Hoje fiquei com a impressão de ter regressado à escola primária...

Então não é que um dos meus directores (da editora, não da revista, que esse não é tido nem achado para nada) chamou-me ao gabinete dele para me dizer (ou seria antes repreender?) que eu estava a distrair os meus colegas e a desviá-los do seu trabalho?... (isto a propósito de termos passado o dia a mandar piadas uns aos outros e a "jogar conversa fora", hábito mais que banal em qualquer redacção que se prese e que em nada melindra o nosso desempenho profissional...)

A moedinha na hora demorou-me a cair, tal a minha estupefacção pela chamada de atenção - "porquê eu?!", pensei - senão ter-lhe-ia respondido assim:

"Olhe que é preciso ter uma lata!... Quer dizer, para agradecer o meu esforço em manter uma revista interessante em termos de conteúdo e competitiva no mercado ninguém se adianta, quando essa função não é da humilde redactora mas sim do director da revista, que ganha o dobro de mim, e que o que quer é viver à sombra do meu esforço e no final do mês receber o dinheiro menos suado que eu já vi no mundo! Agora, quando sua senhoria está com os azeites e não tem mais ninguém que chatear senão a funcionária a recibos verdes, arranja a desculpa mais estrambólica do mundo, usando o triste argumento de que eu estou a distrair os meus colegas!... LOLão! Como se eles fossem uns débeis mentais e não tivessem dois palmos de testa e idade suficiente para ter mais juízo que eu... Escusado será dizer que devia ter vergonha na cara, pois não tem moral nenhuma para me ter chamado à atenção nos moldes que fez, pelas razões que conhecemos... Veja lá se não quer que eu mande isto tudo à merda e deixe a sua querida revista ao "Deus dará" em vésperas de fecho..."

Mas não foi isto que eu disse, embora se o fizesse não diria mais que a pura verdade.
Em vez disso, concordei com o ar mais benévolo e simpático do mundo e voltei para o meu lugar. Os meus colegas ouviram a (pequena) repreensão e partilhavam a minha estupefacção. Felizmente, e porque falamos a mesma língua, continuamos o resto da tarde a gozar com a situação e ainda me saí com esta que voltou a espalhar a confusão nas mesas:
"Deve estar com o período, ou na fase do TPM".

Pode perder-se tudo, menos o sentido de humor!

2 comentários:

Bruno Marques disse...

LOL. Muito interessante esta tua história. E concordo com o que dizes quando te referes às Redacções. Qualquer Redacção que se preze tem pessoas a conversar e na galhofa. Onde eu trabalho também é assim e ainda bem.
E quanto às pessoas que mandam é normal serem assim. Lembrarem-se desse tipo de coisas e de "implicarem" de vez em quando. Mas como tu dizes, há que manter sempre o sentido de humor. E nisso nós somos bons...

Anónimo disse...

;-) Ora nem mais :D