24 de outubro de 2007

horizontes abertos - precisa-se!

Quanto mais trabalhamos pela assunção da nossa individualidade, parece que mais obstáculos se nos levantam. Definitivamente as pessoas temem a diferença. É mais cómodo sermos todos muito parecidos uns com os outros no falar, no vestir, no pensar... Pior que isso, é reparar que as pessoas mais "tocadas" por isso são as que nos estão próximas. Não deve ser essa a relação, mas sim o facto de a opinião delas valer para nós. De resto, cagamos para os outros.

Começa logo em casa, com os nossos pais. Apesar de tudo, sou uma pessoa tímida e discreta, odeio ser o centro das contemplações e motivo de discussão. Dá-me nos nervos. Eu tenho os melhores pais do mundo. Ainda que (moderadamente) conservadores, encaram as minhas bizarrias, opiniões e o meu mau génio com estupefacção, mas nunca me disseram "NÃO", nem me renegaram. Sempre consegui balançar a liberdade que eles me davam sem ferir a sua susceptibilidade. Eles até me acham piada, mas tenho cá para mim que prefeririam que eu não tivesse saído tão "tresmalhada", fosse um dama-do-lar e já estivesse casada, ou pelo menos que já lhes tivesse apresentado o pretendente... pronto, que pelo menos soubessem que tenho namorado fixo, mas a verdade é que eu não lhes dou sequer hipótese de desconfiarem disso... e quando digo que quero comprar a minha casa e viver sozinha e que não preciso de macho nenhum para isso deitam as mãos à cabeça! Mas eles são uns queridos e aceitam-me assim (tentam é adiar esse dia... devem estar à espera da chegada do "princípe" que me livre destes pensamentos.)

Agora, custa é aturar o "conservadorismo" de espírito de certos amigos. Não é que seja difícil aceitá-los como são, mas sim o facto de estes acharem que nós é que somos "muito avançados" como alguns me dizem, encarando alguns pontos de vista meus como blasfémia! "Give me a break!". Mesmo que tente explicar-lhes que cada um é livre de pensar o que bem entende, que a riqueza do mundo está nessa mesma pluralidade e que isso não pode ser entrave nas relações entre as pessoas, que há que dar terreno à tolerância e aprendermos uns com os outros, quando os olho nos olhos vejo algum cepticismo e, em casos mais sombrios, cinismo. Isso, sim, deita-me abaixo. "Fogo, enganei-me na pessoa" é o que penso comigo mesma.
Mas de resto, até me divirto bastante com isso.

No trabalho torna-se mais complicado e para não sermos mal interpretados há que colocar algumas rédias...

Actualmente encaro a vida de picareta na mão - sempre a tentar "picar pedra" e abrir horizontes.

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