Se a profissão que escolhi não me gratificasse tanto, mudava de carreira.Há anos optei por abandonar aquilo a que na altura chamavam de "jeito para o desenho" por não querer ter que passar a frequentar o liceu na cidade grande, abandonando o da vila; e também porque, perspectivando o futuro, não via como iria eu viver depois às custas do desenho.
Lamento a minha escassez de horizontes em tão tenra idade e o apego ao útero familiar, pois se fosse hoje teria seguido esse caminho! O tal "jeito para o desenho" podia ter feito de mim uma estilista, designer de interiores, arquitecta ou simplesmente uma artista multifacetada dedicada à pintura, escultura, cerâmica e outras vertentes infindáveis que a arte actualmente assume e possibilita, pois é um mundo tão complexo, heterogénio e... livre! que há sempre lugar para mais um, mais uma nova disciplina, uma nova tendência, uma nova vaga, e onde se torna maravilhoso descobrir também novas sensações.
Quem sabe, quem sabe...
Nota: a ilustrar o post uma obra de Paula Rêgo, pintora de quem gosto muito, pelas mulheres dela, muito cheias e musculares, de feições fortes, muito minhotas, que me fazem lembrar as mulheres da minha terra durante a minha infância, também as da minha família e até eu mesma...








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